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Como Seu Cérebro Fala: O Papel dos Neurotransmissores nas Emoções e Comportamentos

Os neurotransmissores são mensageiros químicos que permitem a comunicação entre os neurônios no cérebro. Essa comunicação ocorre em estruturas chamadas sinapses, que podem ser de dois tipos: elétricas e químicas.

  • Sinapses elétricas: Aqui, os neurônios estão diretamente conectados por junções que permitem a passagem de sinais elétricos de forma rápida e direta, sem a necessidade de neurotransmissores.

  • Sinapses químicas: São mais comuns no cérebro humano. Nesse caso, os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica (o espaço entre os neurônios) em um processo chamado exocitose. Esses neurotransmissores atravessam a fenda e se ligam aos receptores do próximo neurônio, gerando uma resposta.

A Complexidade das Conexões Neuronais

Nosso cérebro é incrivelmente complexo. De acordo com Hall (2011), cada neurônio pode ter até 200.000 conexões sinápticas com outros neurônios! Isso cria uma rede de comunicação impressionante, que controla tudo o que sentimos, pensamos e fazemos.

Normalmente, os sinais viajam de um neurônio para outro de forma organizada:

  1. O axônio do primeiro neurônio envia o sinal.

  2. O sinal atravessa a fenda sináptica.

  3. O próximo neurônio o recebe através dos dendritos, suas ramificações receptoras.

É importante destacar que o cérebro descarta 99% das informações sensoriais que recebe, considerando-as irrelevantes. Apenas o que é considerado importante é processado e enviado para áreas específicas do cérebro para gerar uma resposta. Esse processo é chamado de função integrativa do sistema nervoso.

 

Os Principais Neurotransmissores e Suas Funções

Existem mais de 50 substâncias químicas que atuam como neurotransmissores, mas os mais conhecidos são aqueles de ação rápida e com moléculas pequenas. Eles podem ser divididos em duas categorias principais: aminoácidos e aminas biogênicas.

1. Aminoácidos

Os aminoácidos, como glutamato e GABA, têm funções importantes no cérebro:

  • Glutamato: Atua como um excitador, ajudando na ativação de neurônios.

  • GABA: Funciona como um inibidor, reduzindo a atividade neuronal e promovendo calma.

2. Aminas Biogênicas

As aminas biogênicas são mensageiros químicos derivados de aminoácidos e desempenham papéis importantes em processos fisiológicos e mentais. Alguns exemplos incluem:

  • Serotonina: Relacionada ao humor, sono e apetite.

  • Dopamina: Envolvida na motivação, recompensa e controle motor.

  • Norepinefrina: Atua na resposta ao estresse e no estado de alerta.

  • Epinefrina: Popularmente conhecida como adrenalina, é responsável por respostas rápidas em situações de emergência.

  • Histamina: Regula funções como imunidade e temperatura corporal.

Esses neurotransmissores estão diretamente ligados a transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão. Por exemplo, níveis baixos de serotonina estão associados à depressão, enquanto desequilíbrios na dopamina podem causar doenças como Parkinson ou esquizofrenia.

 

A Ciência por Trás dos Aminoácidos e das Aminas

De acordo com Marchini (2016), os aminoácidos são os blocos de construção das proteínas e essenciais para o funcionamento do corpo. Eles são classificados como:

  • Essenciais: Precisam ser obtidos pela alimentação.

  • Não essenciais: Produzidos pelo próprio corpo.

Já as aminas biogênicas, como as monoaminas (dopamina, serotonina e norepinefrina), foram descobertas na década de 1950. Desde então, cientistas vêm estudando como essas substâncias regulam nossos processos mentais, incluindo emoções, memória e aprendizagem.

 

Por Que Isso É Importante?

Entender como os neurotransmissores funcionam é essencial para compreender muitos dos transtornos psicológicos e suas possíveis abordagens terapêuticas. Essas substâncias químicas não apenas influenciam nosso comportamento e emoções, mas também desempenham um papel vital em nossa saúde física e mental.

 

Por Cliciane Monteiro

Fonte: Marchini, J. S. et al. (2016). Aminoácidos. São Paulo: ILSI Brasil - International Life Sciences Institute do Brasil, 2016.

 
 
 

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